Sono do bebê e amamentação noturna: o que é normal e como tornar esse momento mais tranquilo?
- Luiza Teles
- 3 de mar.
- 4 min de leitura
Quando se fala em amamentação noturna, muitas famílias têm dúvidas e preocupações.
Afinal, é normal um bebê acordar tantas vezes à noite?
O que pode ajudar a melhorar o sono sem prejudicar a amamentação?

A resposta para essas questões envolve compreender a fisiologia do sono e da amamentação. O recém-nascido não nasce com um ritmo de sono consolidado e precisa se alimentar frequentemente para garantir um crescimento saudável. Além disso, o contato próximo com a pessoa que amamenta ajuda a regular funções essenciais como respiração, temperatura e até mesmo o ciclo circadiano do bebê.
Neste artigo, vamos explorar os principais pontos abordados pelo Protocolo Clínico #37 da Academy of Breastfeeding Medicine (ABM), trazendo informações baseadas em evidências científicas para ajudar você a entender e lidar melhor com a amamentação noturna.
Por que os bebês acordam à noite para mamar?
Diferente dos adultos, os bebês não nascem com um ciclo de sono bem definido. O que determina os despertares frequentes não é um "mau hábito", mas sim uma necessidade fisiológica:
✔ Alimentação frequente: Recém-nascidos mamam cerca de 8 a 12 vezes ao dia, incluindo a noite, pois o estômago ainda é pequeno e a digestão do leite materno é rápida.
✔ Regulação do ciclo circadiano: A melatonina (hormônio do sono) é passada pelo leite materno, ajudando o bebê a desenvolver um padrão mais organizado de sono ao longo dos meses.
✔ Contato materno: Estudos mostram que bebês que dormem perto das mães têm menos episódios de apneia, melhor regulação da temperatura e choram menos.

A importância da amamentação noturna para a produção de leite:
Outro fator essencial é que a amamentação noturna contribui diretamente para a manutenção da produção de leite materno. O hormônio prolactina, responsável pela produção do leite, tem picos mais altos durante a noite, o que faz com que as mamadas noturnas sejam fundamentais para manter um bom suprimento de leite.
Quando a mãe volta ao trabalho, por exemplo, é comum que alguns bebês façam um ciclo reverso de alimentação – ou seja, mamam menos durante o dia e aumentam as mamadas noturnas para compensar. Esse comportamento é esperado e pode ser um ajuste natural do bebê para garantir a ingestão necessária de leite.
Por isso, limitar intencionalmente as mamadas noturnas pode reduzir a produção de leite e aumentar o risco de desmame precoce.
É possível melhorar o sono do bebê sem prejudicar a amamentação?
A resposta é sim, desde que sejam adotadas estratégias que respeitem o desenvolvimento natural do bebê. Algumas abordagens eficazes incluem:
💤 Criar uma rotina relaxante antes de dormir: Banho morno, massagem e um ambiente tranquilo ajudam a preparar o bebê para a noite.
🤱 Amamentar em um ambiente confortável e escuro: Isso ajuda o bebê a associar a noite ao descanso e evita estímulos excessivos.
🍼 Evitar o uso de mamadeiras para substituir mamadas noturnas: Isso pode interferir na produção de leite e na adaptação do bebê.
🛌 Dormir próximo ao bebê, mas com segurança: O contato próximo facilita a amamentação e melhora a qualidade do sono tanto do bebê quanto da mãe.
A relação entre sono e desenvolvimento do bebê
Muitos pais acreditam que um “bom bebê” deveria dormir a noite toda desde cedo. No entanto, pesquisas mostram que essa expectativa não corresponde à realidade biológica dos bebês humanos.
Os bebês que acordam à noite para mamar não estão fazendo nada de errado – pelo contrário, estão seguindo um comportamento normal e saudável.
Um estudo citado no Protocolo #37 da ABM indicou que bebês que dormem sozinhos e sem acordar podem apresentar níveis elevados de cortisol, um hormônio do estresse. Isso significa que, mesmo parecendo calmos externamente, esses bebês podem estar lidando com um nível mais alto de estresse interno.
Cama compartilhada e amamentação noturna: é seguro?
A questão da cama compartilhada ainda gera muitas dúvidas e polêmicas. No entanto, o documento da ABM destaca que, quando feita de maneira segura, a cama compartilhada pode ser benéfica para a amamentação e o bem-estar do bebê.
Os pontos mais importantes são:
✔ Bebês que dormem próximos às mães tendem a mamar com mais frequência e por mais tempo.
✔ A mãe e o bebê costumam sincronizar os ciclos de sono, tornando os despertares mais curtos e menos desgastantes.
✔ O contato próximo pode reduzir o risco de Síndrome da Morte Súbita do Lactente (SMSL), pois os bebês amamentados e em contato com as mães despertam mais facilmente, o que é um fator protetor.
Contudo, é fundamental garantir que o ambiente seja seguro, sem travesseiros soltos, cobertores pesados ou qualquer risco de sufocamento.
Como a consultoria de amamentação pode ajudar?
Se você está enfrentando dificuldades com a amamentação noturna, a ajuda especializada pode fazer toda a diferença.
A consultoria de amamentação pode auxiliar em diversos aspectos, como:
👩⚕️ Ajustar posições mais confortáveis para amamentar durante a noite.
👩⚕️ Avaliar a pega do bebê para garantir uma sucção eficaz.
👩⚕️ Ajudar na transição para um padrão de sono mais estável, sem prejudicar a amamentação.
👩⚕️ Orientar sobre práticas seguras para o sono do bebê.
Se você sente que precisa de suporte para tornar a amamentação noturna mais tranquila e respeitosa com o seu ritmo e o do seu bebê, nossa equipe está pronta para te ajudar.
Agende uma consultoria de amamentação e receba um suporte especializado, acolhedor e baseado em evidências.
Esse conteúdo foi baseado no Protocolo Clínico #37 da ABM, uma referência importante sobre os cuidados fisiológicos do bebê e o manejo da amamentação noturna.
Se esse tema faz sentido para você, continue acompanhando nosso blog para mais informações sobre amamentação e maternidade!
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